No dia deram seu depoimento oito pessoas que estavam na noite do suposto estupro na boate de Barcelona.
Esta sexta-feira foi um dia especial no caso de abuso sexual contra uma mulher de 23 anos cuja protagonista principal é Dani Alves. Oito testemunhas do evento foram convocadas para depor pelo tribunal de instrução número 15 de Barcelona, o encarregado de acompanhar o caso que tem como protagonista o experiente defensor.
E desses depoimentos que ocorreram diante da nova juíza do caso, a magistrada María Concepción Cantón Martín – ela substituiu Anna Marín, que determinou que a jogadora fosse presa – houve dois que complicaram ainda mais a situação processual de Alves. De acordo com vários meios de comunicação espanhóis, incluindo o jornal Sport e o ABC, as outras duas mulheres que estavam com a jovem supostamente estuprada pelo lado brasileiro ratificaram o que foi dito quando os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) tomaram um depoimento e também confirmaram que o ex-jogador do Barcelona também as abordou para fins sexuais.
Um amigo e o primo da jovem que teria sofrido o ataque confirmaram que entraram na discoteca Sutton, localizada na cidade catalã, pouco antes das 2 da manhã e receberam o convite de alguns mexicanos para entrar na sala VIP. Assim que entraram no espaço, um dos garçons do recinto – também depôs como testemunha no caso – convidou-os a virem à mesa onde Dani Alves estava.
Além dos companheiros da mulher que sofreu o suposto estupro e do garçom, os outros que prestaram depoimento em frente ao juiz eram todos funcionários da discoteca. Entre eles falaram diretores e o porteiro do local, que indicou os passos que seguiu para ativar o protocolo contra crimes sexuais para atender a jovem que teria sido abusada por Alves. A mídia espanhola informou que todas as testemunhas do caso que testemunharam estavam na mesma linha com o discurso feito pelas forças de segurança no dia do evento.

Cabe lembrar que anteriormente a vítima detalhou como foram os momentos anteriores e o ato que foi desencadeado em um banheiro no setor VIP. Depois de rejeitarem o primeiro convite que o brasileiro lhes fizera, finalmente concordaram. “O grupo de mexicanos que conhecemos antes foi quem percebeu foi o Dani Alves. Eu descobri com eles”, disse ela aos investigadores, de acordo com a ABC.
Depois de se aproximar e dançar com eles, minutos depois, e depois de tentar forçar a mão da vítima ao seu pênis em várias ocasiões (“Ele fez isso duas vezes, a segunda vez com muita força, e eu o retirei novamente”, especificou o reclamante), Alves pegou seu braço e a levou até uma porta: “Eu pensei que havia outra área VIP por trás disso.” Em seu depoimento inicial, a mulher disse que assim que entrou queria sair, mas que o ex-PSG a impediu: “Eu disse a ele que queria sair e ele respondeu que eu não poderia sair de lá”. Ele até a forçou a realizar felação e dizer que ela era sua “prostituta”, disse ele.
Ela acrescentou: “Ele puxou meu vestido e me fez sentar em cima dele. Ele me agarrou pela parte de trás da cabeça, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei meu joelho. Ele passou um tempo me batendo na cara, eu senti como se estivesse engasgando, não porque ele estava me apertando, mas por causa da angústia que eu estava sentindo.”
Por fim, a mulher explicou que, após o ataque, o jogador lhe disse que ia sair primeiro do banheiro: “Ele se afastou e começou a se vestir, então eu me levantei também e me virei para abrir a porta, mas ele me disse: ‘Você não vai sair daqui, eu vou sair primeiro'”.
Uma vez preenchidas as declarações das testemunhas, a nova advogada responsável pelo caso no Tribunal de Barcelona deve definir se admite a memória apresentada pelo advogado de Dani Alves, Cristóbal Martell, em que indica que os antigos futebolistas do Pumas de México poderiam indicar liberdade condicional em vários termos que apresentou em que não corre o risco de fugir para fora de Barcelona.